quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Nota de autoconhecimento # 46

Quem acompanha minha jornada já deve ter notado que vez por outra dou uma sumida daqui. Às vezes preciso me calar, pensar, reavaliar e por mais que eu tente compartilhar tudo isso (na esperança de que meus perrengues possam inspirar alguém) tem horas em que simplesmente não consigo.
Quem acompanha minha jornada também já deve ter notado que toda essa movimentação interna teve a ver com amor, ou mais precisamente com o fim de um amor.
Eu poderia passar horas contando tudo o que de fato aconteceu. Talvez eu até conte, mas não agora. Hoje eu quero falar sobre o poder de transmutação do amor.
O fim do meu relacionamento causou um verdadeiro terremoto em minha vida. Não por acaso, toda essa história iniciou-se com uma sinistra Torre puxada ao acaso de um deck de tarot. Desde então minha vida nunca mais foi a mesma!
O que exatamente aconteceu? Bom...tudo! Tanta coisa que nem sei por onde começar (bom...sei, mas não quero).
As vezes fico embasbacado ao perceber que a mola propulsora de todas essas mudanças tenha sido uma pequena atitude de alguém, como uma pedrinha atirada no centro de um lago, causando ondulações que reverberam por toda a superfície.
Há alguns dias atrás assisti à uma palestra de Lama Tsering sobre saudade, no templo de Tara Vermelha, onde uma analogia entre o karma e o serviço de entrega de pizzas me chamou muito a atenção. Quando recebemos uma pizza (karma ruim), automaticamente buscamos alguém (geralmente o pobre entregador de pizzas) para culpar pela entrega indesejada, no entanto, fomos nós mesmos que pedimos aquela pizza. Ou trocando por miúdos, quando algo de ruim nos acontece, geralmente culpamos a pessoa mais próxima da situação, quando na verdade não conseguimos reconhecer a nossa total responsabilidade por tudo que acontece em nossas vidas.
Sim, este tem sido um período difícil, mas meu ex namorado não é o causador dessa turbulência, quando muito ele foi a faísca que desencadeou um processo que eu mesmo já havia construído através de todas as minhas ações anteriores.
Louco isso, não? A forma como nossas sinapses funcionam, personificando em pessoas e eventos, a causa de nossas frustrações numa tentativa de solidificar processos complexos que ainda não possuímos parâmetros para compreender.
E então quando compreendemos isso, tudo se torna mais leve e o perdão/compaixão começa a despontar em nossos corações.
É claro que sua suscetibilidade à grandes mudanças é diretamente proporcional à sua capacidade de reagir de forma positiva à adversidade. Eu poderia simplesmente ter ficado quieto no meu canto, esperando o turbilhão passar, poderia sair deste turbilhão da mesma forma em que entrei, poderia não ter aproveitado esta oportunidade para crescer e me deixar transformar, mas eu não o fiz. E o que isso tudo significa? Apenas que o que não mata, engorda.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Nota de autoconhecimento # 45

Oração pagã da serenidade
(Autoria desconhecida)

Deusa, conceda-me o poder da Água,
para aceitar com facilidade e graça o que eu não posso mudar.
O poder do Fogo,
para obter a energia e coragem necessária para mudar o que eu puder.
O poder do Ar,
para obter a habilidade de discernimento.
E o poder da Terra,
para obter força para manter-me em meu caminho.


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Nota de autoconhecimento # 44

A jornada as vezes cessa...
E se antes isso me irritava profundamente, agora sei perceber isso de forma tranquila. São os ciclos, sempre os ciclos. Há uma época para preparar o solo, uma para semear, outra para fertilizar e depois esperar e depois colher e depois aguardar.
E depois do cessar vem o caminhar, ciente dos aprendizados que agregamos quando o Inverno nos fez parar.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Nota de autoconhecimento # 43



(A Torre no Tarô das árvores, de Dana Driscoll)


O desafio da semana é: Abençoar a Torre!
Diversas vezes em nossas vidas nos deparamos com o temido Arcano XVI. Sem pedir licença nosso chão é tomado, nossas certezas caem por terras e passivamente observamos a vida como conhecíamos ser destruída.

Como pagãos conscientes (ou seguidores conscientes de qualquer senda) é nosso dever atravessarmos o véu do óbvio e encararmos a complexidade da situação, tirando lições da mesma.

Quando a Torre cai ela não leva consigo nada mais do que o que precisava ser levado e traz consigo um aprendizado valioso que deveremos carregar conosco para todo o resto da vida.

Sendo assim, como podemos abençoar o Arcano XVI e tudo que ele representa?

Eis o meu desafio da semana, buscar formas (e colocá-las em prática) de abençoar as transformações ocorridas em minha vida desde o fatídico dia em que puxei a carta da Torre do meu deck dos gatos.

Quem tiver alguma experiência para compartilhar, sinta-se bem-vindo!

terça-feira, 28 de junho de 2011

Nota de autoconhecimento # 42

Você já leu O Banquete, de Platão?
Há uma passagem onde Aristófane conta como no princípio o homem possuía quatro braços, quatro pernas e duas cabeças, o ser perfeito, pleno, que absorto em sua plenitude esqueceu-se de homenagear aos Deuses como necessário e que Zeus Tonante, como punição, lançou seu raio divino e partiu-lhe ao meio, tornando-o incompleto, fadado a vagar eternamente pela corpo de Gaia buscando sua outra parte e com ela a sua plenitude.

Vou contar um segredo: desconfio que Zeus não tenha separado o homem, apenas escondido sua outra parte dentre de si mesmo, para que o homem vagasse, procurasse sem jamais encontrá-la fora de si. No entanto somente aquele que buscar por sua plenitude em seu interior poderá encontrá-la e ser verdadeiramente feliz.

Ou como diria Margaret Murray "Se aquilo que buscas não encontrar dentro de si mesmo, jamais o encontrará fora".

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Nota de autoconhecimeno # 41

Catarse...
A catarse é o momento de libertação, é o momento do desapego, hora de deixar tudo o que foi partir, hora de deixar os sentimentos transbordarem e nos transformarem.
Se tiver que chorar, chore!
Se tiver que gritar, grite!
Permita-se esvaziar completamente.
Quantas vezes a vida não mudou drasticamente? Foi fácil? Segurar-se às bordas de uma situação beneficiou-lhe de algum modo? Não deixe a dor se prolongar.
Permita-se fluir e curar-se.
As lições dos ciclos são as mais difíceis, sempre, porém são as mais belas!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Nota de autoconhecimento # 40

Existe um conceito na psicologia (obrigado Fê) chamado Gestalt, do qual gostei muito e que ilustra muitas situações da vida. Óbviamente o significado de gestalt na psicologia é muito mais amplo e complexo do que o uso que faço dele, mas costuma tratá-lo como um ciclo.

E eu detesto deixar gestalts abertas!


No entanto a natureza tem seu tempo próprio e é sábia, sendo assim, fui obrigado a deixar uma.


Você já teve aquela sensação de que o lance com aquele carinha não rendeu tudo o que precisava render? É mais do que só vontade, desejo, amor não correspondido, é uma sensação mais forte de que aquela história ainda dará muito pano para as mangas. Já senti isso uma vez e passado alguns anos reencontrei o cara a zaz, fechamos nossa gestalt.


Em minhas últimas meditações compreendi o papel dos Deuses através do que chamei de Manutenção do Universo, onde Eles agem como Criadores, Preservadores e Destruidores. Se a Torre caiu é porque algo precisava ser destruído, então aceito a ação dos Deuses e aceito a duração dos ciclos, uma semente não brota antes da época, uma gestalt não se fecha quando não é a hora.


A Jornada prossegue, sem meu Pequeno Príncipe, mas prossegue...